Deutsche Tageszeitung - EUA denuncia violação da liberdade religiosa na Nicarágua

EUA denuncia violação da liberdade religiosa na Nicarágua


EUA denuncia violação da liberdade religiosa na Nicarágua
EUA denuncia violação da liberdade religiosa na Nicarágua / foto: © AFP

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, denunciou, nesta segunda-feira (15), a violação da liberdade religiosa na Nicarágua e a prisão do bispo Rolando Álvarez.

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O Departamento de Estado publicou, nesta segunda, seu informe anual sobre o estado da liberdade religiosa no mundo, como costuma fazer com os direitos humanos.

Defensores dos direitos humanos "fazem soar o alarme sobre os ataques à Igreja católica por parte do regime de Ortega e Murillo na Nicarágua", um país alvo de sanções dos Estados Unidos pela repressão aos protestos antigovernamentais de 2018, afirmou Blinken ao apresentar o relatório, referindo-se ao presidente Daniel Ortega e à sua esposa e vice, Rosario Murillo.

Entre as pessoas "injustamente detidas", o secretário de Estado americano citou o bispo Rolando Álvarez, condenado em fevereiro a 26 anos de prisão por vários crimes, principalmente por "desprezo pela integridade nacional", após se recusar a ir para os Estados Unidos juntamente com 222 presos políticos que foram libertados e expulsos do país.

O caso de Álvarez é um dos temas de atrito entre o governo de Ortega e a Igreja católica, em um dos piores momentos das relações diplomáticas entre Manágua e o Vaticano.

Em uma entrevista ao veículo on-line argentino Infobae, o papa Francisco denunciou, em março, o "desequilíbrio da pessoa que dirige" a Nicarágua e disse que é como se quisesse "instaurar a ditadura comunista de 1917 ou a hitlerista de 35".

Em 2022, o governo nicaraguense expulsou o núncio Waldemar Sommertag, tornou ilegal a Associação Missionárias da Caridade, da ordem da madre Teresa de Calcutá, e fechou meios de comunicação católicos.

No documento, os Estados Unidos também denunciaram a perseguição religiosa em Irã, China, Rússia e Índia. Washington condenou, nesse último país, "a violência policial contra as minorias religiosas em vários estados" e o auge do "discurso de ódio".

No entanto, foram constatados avanços em alguns países. Blinken mencionou o Brasil, tendo como base que os congressistas tipicaram garantias de liberdade religiosa para as comunidades indígenas afro-brasileiras e aprovaram uma legislação que considera crime os atos discriminatórios contra qualquer prática religiosa.

(P.Hansen--DTZ)