Deutsche Tageszeitung - Papa prioriza amor aos pobres em sua primeira exortação apostólica

Papa prioriza amor aos pobres em sua primeira exortação apostólica


Papa prioriza amor aos pobres em sua primeira exortação apostólica
Papa prioriza amor aos pobres em sua primeira exortação apostólica / foto: © AFP

O papa Leão XIV faz um apelo para que o amor aos pobres seja o centro da missão da Igreja Católica na primeira exortação apostólica de seu pontificado, publicada nesta quinta-feira (9) e que segue a linha de seu antecessor Francisco.

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Em "Dilexi Te" ("Eu te amei", em latim), o pontífice americano naturalizado peruano pede uma mudança de mentalidade em relação às pessoas marginalizadas e critica a desigualdade do sistema econômico mundial e "uma cultura que descarta os outros".

O documento de 49 páginas foi assinado por Leão XIV em 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis, em uma dupla referência ao seu antecessor argentino que, nessa mesma data em 2023, publicou sua exortação "Laudate Deum" sobre a crise climática.

"Devemos nos comprometer cada vez mais para resolver as causas estruturais da pobreza", exorta o chefe da Igreja Católica, quando cerca de 8,5% da população vivia com menos de 2,15 dólares por dia em 2024 (13,31 reais na época), o limite da pobreza extrema, segundo o Banco Mundial.

Este texto, dividido em 121 pontos e com um forte tom social, alinha Leão XIV a Francisco, que denunciou os excessos de um sistema capitalista em detrimento dos marginalizados e do meio ambiente.

O documento, cujo título retoma o da última encíclica de Francisco ("Dilexit nos"), foi iniciado pelo próprio Jorge Mario Bergoglio, falecido em abril após 12 anos de pontificado, indicou o Vaticano sem especificar em qual proporção.

Uma exortação apostólica é um escrito pontifício oficial através do qual o papa dirige aos fiéis ensinamentos concretos sobre questões espirituais, sociais ou morais.

Robert Francis Prevost retoma assim a crítica à "ditadura de uma economia que mata" e à "tirania invisível" dos mercados financeiros, chamando os fiéis a "fazer ouvir, de diferentes maneiras, uma voz que desperte, que denuncie".

Membro da ordem mendicante (que cuida dos pobres) de Santo Agostinho, o papa de 70 anos, que foi missionário no Peru, lembra da importância da caridade e critica a hipocrisia dos cristãos que "se deixam contagiar" por "ideologias mundanas".

Leão XIV insiste na acolhida dos migrantes, outra prioridade de Francisco, lamentando que os naufrágios mortais de embarcações sejam reduzidos a "notícias marginais".

Também lembra o destino de Alan Kurdi, um curdo sírio de três anos encontrado morto em uma praia do Mediterrâneo em 2015, que comoveu o mundo.

(L.Møller--DTZ)