Deutsche Tageszeitung - Cuba condena apreensão pelos EUA de petroleiro na costa venezuelana

Cuba condena apreensão pelos EUA de petroleiro na costa venezuelana


Cuba condena apreensão pelos EUA de petroleiro na costa venezuelana
Cuba condena apreensão pelos EUA de petroleiro na costa venezuelana / foto: © AFP

Cuba expressou, nesta quinta-feira (11), sua "firme condenação" à apreensão feita pelos Estados Unidos de um navio-petroleiro em frente ao litoral da Venezuela, um de seus aliados na região, ao qual Havana disse fornecer "seu apoio absoluto".

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O presidente americano, Donald Trump, anunciou na quarta-feira a apreensão de um petroleiro na costa da Venezuela, uma operação que Caracas classificou como "roubo descarado" e um "ato de pirataria internacional".

"Expressamos a mais firme condenação ao ataque ao navio-petroleiro venezuelano por forças militares dos Estados Unidos, ato de pirataria que evidencia uma escalada na agressão americana contra a Revolução Bolivariana", denunciou no X o primeiro-ministro de Cuba, Manuel Marrero.

"Ratificamos nosso apoio absoluto à Pátria de Bolívar e Chávez", acrescentou o dirigente cubano, em referência ao libertador Simón Bolívar (1783-1830) e ao ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), aliado de Havana.

O navio-tanque foi utilizado durante anos por Venezuela e Irã para transportar petróleo, apesar das sanções internacionais contra os dois países, detalhou a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi.

Batizado de Skipper, transportava 1,1 milhão de barris de petróleo bruto sujeitos a sanções, segundo o site especializado MarineTraffic.

Foi sancionado pelo Tesouro americano em 2022 por seus supostos vínculos com o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã e o Hezbollah.

Segundo o jornal The Washington Post, a embarcação estava a caminho de Cuba para entregar petróleo.

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela denunciou "um roubo descarado e um ato de pirataria internacional, anunciado publicamente pelo presidente dos Estados Unidos".

Washington tem multiplicado as medidas, tanto econômicas como militares, para aumentar a pressão sobre o mandatário venezuelano, Nicolás Maduro.

Em uma entrevista recente ao site Politico, Trump estimou que os dias de Maduro à frente da Venezuela estavam "contados'.

O governo americano deslocou um importante dispositivo militar no Caribe já há alguns meses sob o argumento de combater o narcotráfico. Mas a apreensão do petroleiro é algo inédito nesta crise.

Os hidrocarbonetos são a principal fonte de renda da Venezuela.

Por sua vez, Cuba, submetida ao embargo americano, encontra-se mergulhada em uma grave crise econômica, com uma acentuada escassez de divisas. O país sofre há dois anos uma grave falta de combustível, que afeta a vida econômica e a produção de eletricidade.

(A.Nikiforov--DTZ)