Deutsche Tageszeitung - Copa do Mundo de 2026 conhece seus grupos após sorteio com Trump como protagonista

Copa do Mundo de 2026 conhece seus grupos após sorteio com Trump como protagonista


Copa do Mundo de 2026 conhece seus grupos após sorteio com Trump como protagonista
Copa do Mundo de 2026 conhece seus grupos após sorteio com Trump como protagonista / foto: © GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP

A sorte está lançada: a Copa do Mundo da América do Norte de 2026 já conhece seus doze grupos após o sorteio realizado nesta sexta-feira (5) em Washington, onde o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, roubou a cena em um evento crucial para o "soccer".

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O presidente republicano, um dos anfitriões do torneio ao lado de México e Canadá, foi homenageado pela Fifa com o primeiro Prêmio da Paz, entregue por suas ações "excepcionais e extraordinárias" para promover a paz e a unidade no mundo inteiro.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, levou o público a aplaudir seu amigo e aliado próximo em sua campanha para que os americanos finalmente se apaixonem pelo futebol, que terá sua maior vitrine entre 11 de junho e 19 de julho do próximo ano.

A bola começará a rolar com a partida entre México e África do Sul no emblemático Estádio Azteca, na capital mexicana, palco das consagrações de Pelé em 1970 e Diego Maradona em 1986.

"Esta será a maior Copa do Mundo da história. É muito mais do que apenas um evento esportivo. É simplesmente o maior evento que a humanidade já viu e verá", disse Infantino.

"Teremos sete milhões de pessoas nos estádios (...) Teremos seis bilhões de pessoas assistindo à Copa do Mundo de casa, de todo o mundo", afirmou o dirigente. "Para que todos me entendam nos Estados Unidos, isso equivale a 104 Super Bowls em um mês".

- "Uma das grandes honras da minha vida" -

O chefe do futebol mundial também pediu aplausos para a presidente do México, Claudia Sheinbaum, e para o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, também presentes na cerimônia, que durou cerca de duas horas e contou com a participação de lendas do esporte americano como Tom Brady e Shaquille O'Neal.

Os três líderes se reuniram apesar das fortes tensões provocadas pelas tarifas impostas por Trump, que tem insistido em seu desejo de transformar o Canadá no 51º estado dos Estados Unidos.

"Trabalhamos de perto com esses dois países, e a coordenação, a amizade e o relacionamento têm sido excepcionais", afirmou Trump.

"O México é um país extraordinário e temos algo especial: desfrutamos do jogo de bola desde tempos ancestrais", disse Sheinbaum.

O presidente dos Estados Unidos, que sediará a maioria dos 104 jogos do torneio, recebeu — como estava previsto — o Prêmio da Paz das mãos de Infantino.

"É uma das grandes honras da minha vida", disse o republicano, que se orgulha de ter encerrado diversos conflitos desde seu retorno ao poder e reivindicou para si o Prêmio Nobel da Paz deste ano, concedido à opositora venezuelana María Corina Machado.

"O mundo está mais seguro agora", garantiu Trump, que recebeu um volumoso troféu dourado e uma medalha comemorativa.

A honraria é o gesto mais recente entre tantos que Infantino tem feito ao presidente dos Estados Unidos, que detém 11 das 16 sedes do torneio, incluindo o palco da final de 19 de julho, o MetLife Stadium em East Rutherford, em Nova Jersey.

O bilionário republicano transformou a Copa do Mundo em um evento central de seu segundo mandato, apesar das preocupações com o impacto de sua política migratória ou de suas ameaças de retirar a organização de partidas das cidades governadas por democratas.

- Sem Grupo da Morte -

No aspecto esportivo, o caminho para levantar a primeira Copa do Mundo com 48 seleções começará sem um aparente Grupo da Morte, embora gigantes como Brasil, Espanha e França tenham ao menos um confronto de alta exigência na primeira fase.

A conformação definitiva dos doze grupos de quatro seleções será conhecida em março, com a definição de seis equipes procedentes da repescagem.

E será preciso esperar até sábado para conhecer os locais e horários dos jogos.

Carlo Ancelotti estreará como treinador na maior competição do futebol comandando um Brasil que enfrentará o Marrocos — sensação do Catar 2022 — em um Grupo C ainda integrado por Haiti e Escócia.

Líder do ranking da Fifa, a Espanha de Lamine Yamal será desafiada pelo Uruguai no Grupo H, que também conta com Arábia Saudita e Cabo Verde.

A vice-campeã do mundo, a França de Kylian Mbappé, será posta à prova no Grupo I por Senegal, pela Noruega de Erling Haaland e por uma equipe vinda da repescagem intercontinental (Iraque, Bolívia ou Suriname).

Sua algoz no torneio catariano, a Argentina de Lionel Messi, que ainda não confirmou sua participação, começará a defender a coroa em um favorável Grupo J, ao lado de Argélia, Áustria e Jordânia.

"Na nova Copa do Mundo, tentaremos seguir competindo e nunca dar nada por perdido. É o que o nosso povo espera de nós e o que vamos tentar fazer", afirmou o técnico argentino, Lionel Scaloni.

(M.Dorokhin--DTZ)