Deutsche Tageszeitung - Negociações avançam no Cairo sobre proposta de trégua em Gaza

Negociações avançam no Cairo sobre proposta de trégua em Gaza


Negociações avançam no Cairo sobre proposta de trégua em Gaza
Negociações avançam no Cairo sobre proposta de trégua em Gaza / foto: © AFP

Uma delegação do Hamas deve se reunir, nesta segunda-feira (29), no Cairo, com representantes do Egito e do Catar para discutir uma proposta de trégua que inclua a libertação de reféns mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza, onde continuam os bombardeios israelenses.

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O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, na Arábia Saudita, a primeira etapa de uma nova viagem que o levará também a Israel e à Jordânia, garantiu que se sente "otimista" para que o movimento islamista aceite a proposta israelense, "extraordinariamente generosa".

Na capital egípcia, está prevista uma reunião entre Egito e Catar - países mediadores juntamente com os Estados Unidos - e o Hamas, para dar uma resposta à trégua negociada entre Israel e o Egito.

"É muito cedo para falar de uma atmosfera positiva nas negociações. O movimento recebeu a resposta israelense e está em fase de consulta para responder", disse à AFP Zaher Jabareen, membro da ala política do Hamas e da equipe de negociação.

Em meio aos esforços diplomáticos para acabar com a guerra, Antony Blinken participa nesta segunda-feira em Riad de uma reunião do Fórum Econômico Mundial sobre o conflito.

"O Hamas tem diante de si uma proposta extraordinariamente generosa de Israel", disse ele. "Eles têm que tomar uma decisão, e têm que tomá-la rapidamente (...) espero que tomem a decisão certa", afirmou sobre os líderes do movimento islamista.

- "Cometer um crime" -

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, presente na reunião, pediu no domingo a Washington que evite que Israel lance uma ofensiva contra Rafah. "Os Estados Unidos são o único país capaz de impedir Israel de cometer um crime", declarou.

A comunidade internacional e as organizações humanitárias temem um banho de sangue se Israel lançar a ofensiva contra Rafah, no extremo sul do enclave, onde estão amontoados quase 1,5 milhão de deslocados, e contra a qual Israel quer lançar uma ofensiva terrestre.

"Se houver um acordo (de trégua), suspenderemos a operação em Rafah", disse o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, no sábado, no canal israelense N12.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defende que é necessária uma ofensiva contra Rafah para libertar os reféns e acabar com o Hamas que, segundo Israel, mantém quatro batalhões nesta cidade.

Um correspondente da AFP na Faixa de Gaza, testemunhas no enclave e a Proteção Civil afirmaram que várias casas foram bombardeadas nesta segunda-feira no centro do território e em Rafah.

Pelo menos 22 pessoas morreram nesta cidade próxima da fronteira fechada do Egito, principal porta de entrada da ajuda humanitária no pequeno território, sitiado por Israel e mergulhado em uma grave crise humanitária.

A guerra eclodiu em 7 de outubro, com o ataque sem precedentes de milicianos do Hamas no sul de Israel, no qual morreram 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais. Os islamistas sequestraram cerca de 250 pessoas e 129 ainda estão detidas em Gaza, das quais cerca de 34 morreram, segundo as autoridades de Israel.

Em retaliação, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, no poder em Gaza desde 2007, e lançou uma campanha militar contra o território que até agora deixou 34.488 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território.

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(W.Budayev--DTZ)