Deutsche Tageszeitung - Cresce esperança de trégua entre Hamas e Israel em Gaza em plenas negociações

Cresce esperança de trégua entre Hamas e Israel em Gaza em plenas negociações


Cresce esperança de trégua entre Hamas e Israel em Gaza em plenas negociações
Cresce esperança de trégua entre Hamas e Israel em Gaza em plenas negociações / foto: © AFP

Uma delegação do Hamas deve se reunir, nesta segunda-feira (29), no Cairo, com representantes do Egito e do Catar para discutir uma proposta de trégua que inclua a libertação de reféns mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza, onde continuam os bombardeios israelenses.

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O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, na Arábia Saudita, a primeira etapa de uma nova viagem que o levará também a Israel e à Jordânia, garantiu que se sente "otimista" para que o movimento islamista aceite a proposta israelense, "extraordinariamente generosa".

Na capital egípcia, está prevista uma reunião entre Egito e Catar - países mediadores juntamente com os Estados Unidos - e o Hamas, para dar uma resposta à trégua negociada entre Israel e o Egito.

O ministro britânico das Relações Exteriores, David Cameron, afirmou no Fórum Econômico Mundial, em Riade, que o plano proposto ao Hamas incluía um cessar-fogo de 40 dias, assim como "a libertação potencial de milhares de prisioneiros palestinos em troca da liberação dos reféns".

"É absolutamente necessário que qualquer cessar-fogo seja permanente e não temporário", declarou, por sua vez, o ministro saudita das Relações Exteriores, Fayçal bin Farhan.

O ministro das Relações Exteriores do Egito, Samed Shoukry, disse que a proposta levou em conta "as posições de ambas as partes".

Embora ainda não haja uma "decisão final", Shoukry mostrou-se esperançoso e disse esperar que "todos estejam à altura das circunstâncias".

- "Cessar-fogo permanente" -

Zaher Jabareen, membro da ala política do Hamas da equipe de negociação, disse à AFP que ainda "é muito cedo para falar de uma atmosfera positiva nas negociações.

"O movimento recebeu a resposta israelense e está em fase de consulta para responder", insistiu, reiterando as exigências de um cessar-fogo permanente no território palestino, uma medida que Israel sempre negou.

Até agora, todas as negociações realizadas não conseguiram chegar a um acordo que inclua uma trégua, a liberação de reféns e mais ajuda humanitária para Gaza.

Em meio aos esforços diplomáticos para acabar com a guerra, Antony Blinken participa nesta segunda-feira em Riade de uma reunião do Fórum Econômico Mundial sobre o conflito.

"O Hamas tem diante de si uma proposta extraordinariamente generosa de Israel", disse ele. "Eles têm que tomar uma decisão, e têm que tomá-la rapidamente (...) espero que tomem a decisão certa", afirmou sobre os líderes do movimento islamista.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, presente na reunião, pediu no domingo a Washington que evite que Israel lance uma ofensiva contra Rafah. "Os Estados Unidos são o único país capaz de impedir Israel de cometer um crime", declarou.

- "Cometer um crime" -

"Vivemos no inferno", disse Hanan Saber, uma palestina de 41 anos que chegou deslocada a essa localidade.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defende que é necessária uma ofensiva contra Rafah para acabar com o Hamas que, segundo Israel, mantém quatro batalhões nesta cidade.

Um correspondente da AFP na Faixa de Gaza, testemunhas no enclave e a Proteção Civil afirmaram que várias casas foram bombardeadas nesta segunda-feira no centro do território e em Rafah.

Pelo menos 22 pessoas morreram nesta cidade próxima da fronteira fechada do Egito, principal porta de entrada da ajuda humanitária no pequeno território, sitiado por Israel e mergulhado em uma grave crise humanitária.

Familiares inconsoláveis se aglomeraram ao lado dos mortos no hospital Al Najjar da cidade.

"Exigimos ao mundo inteiro que peça uma trégua duradoura. Já basta", disse um parente de deu apenas o seu nome, Abu Taha.

A guerra eclodiu em 7 de outubro, com o ataque sem precedentes de milicianos do Hamas no sul de Israel, no qual morreram 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço baseado em dados oficiais. Os islamistas sequestraram cerca de 250 pessoas e 129 ainda estão detidas em Gaza, das quais cerca de 34 morreram, segundo as autoridades de Israel.

Em retaliação, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, no poder em Gaza desde 2007, e lançou uma campanha militar contra o território que até agora deixou 34.488 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do governo islamista.

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(V.Sørensen--DTZ)