Deutsche Tageszeitung - Os principais pontos do plano de Trump para Gaza

Os principais pontos do plano de Trump para Gaza


Os principais pontos do plano de Trump para Gaza
Os principais pontos do plano de Trump para Gaza / foto: © AFP

O Hamas declarou na sexta-feira (3) sua disposição para iniciar negociações imediatas para a libertação dos reféns israelenses retidos em Gaza e o fim da guerra, como parte do plano proposto por Donald Trump.

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O texto de 20 tópicos foi anunciado em 29 de setembro pelo presidente dos Estados Unidos na Casa Branca e aprovado pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

A seguir, os principais pontos:

- Fim da guerra e libertação de reféns

"Se ambas as partes aceitarem este plano, a guerra terminará imediatamente", afirma o texto, que, neste caso, prevê que Israel suspenda suas operações militares na Faixa de Gaza.

Depois, "no prazo de 72 horas após a aceitação pública deste acordo por Israel, todos os reféns, vivos ou mortos, serão devolvidos", assinala.

Das 251 pessoas sequestradas durante o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, 47 continuam retidas em Gaza, incluindo 25 que o exército israelense considera mortas.

Em troca, Israel libertará 250 prisioneiros condenados à prisão perpétua e 1.700 habitantes de Gaza detidos após 7 de outubro de 2023, incluindo todas as mulheres e crianças detidas neste contexto.

O plano também prevê a retirada de Israel de Gaza em etapas.

- Trump, "presidente"

A Faixa de Gaza será governada temporariamente por um comitê palestino tecnocrático e apolítico, responsável pela gestão diária dos serviços públicos e dos municípios para a população de Gaza, segundo o plano.

Isso será realizado sob a supervisão e controle de um novo organismo internacional de transição, o Comitê de Paz, que será dirigido e presidido por Donald Trump. O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair também será membro.

- Investir em Gaza

O plano de Trump, que lançou a ideia de transformar Gaza na "Riviera do Oriente Médio", tem como objetivo "reconstruir e revitalizar Gaza".

Para este fim, será formado um grupo de especialistas que contribuíram para a criação de "algumas das cidades modernas mais prósperas do Oriente Médio".

O plano também prevê uma "zona econômica especial" com tarifas preferenciais e taxas de acesso.

"Ninguém será obrigado a deixar Gaza", afirma o texto, após Trump sugerir esvaziar o território de seus habitantes há alguns meses.

"Incentivaremos as pessoas a ficar e ofereceremos a oportunidade de construir uma Gaza melhor", acrescenta.

Quase a totalidade dos dois milhões de habitantes de Gaza foram deslocados pela guerra.

- Saída do Hamas

O movimento islamista palestino Hamas, que assumiu o controle do território em 2007, será excluído do governo de Gaza.

Seus membros que depuserem as armas e aceitarem a "convivência pacífica" com Israel receberão uma "anistia".

Aqueles que desejarem deixar Gaza terão um "direito de passagem protegido para os países de destino", segundo o plano.

- Força de Estabilização

O plano também prevê a mobilização imediata de uma "força internacional de estabilização" na Faixa de Gaza, com o apoio dos Estados árabes.

Essa força treinará a polícia palestina em Gaza e trabalhará para garantir a segurança com os vizinhos Israel e Egito.

A Indonésia já expressou sua disposição em fornecer tropas.

- E quanto a um Estado palestino?

Em seu plano, o presidente americano prevê um papel para a Autoridade Palestina, que poderia, eventualmente, "recuperar o controle de Gaza de forma segura e eficaz".

Também não descarta a criação de um Estado palestino, apesar da firme oposição de Netanyahu após o recente reconhecimento da Palestina como Estado por parte da França, Reino Unido e outros países.

"Finalmente, poderiam surgir as condições para abrir um caminho confiável rumo à autodeterminação e à criação de um Estado palestino, que reconhecemos como desejo do povo palestino", afirma o texto.

(V.Varonivska--DTZ)