Deutsche Tageszeitung - Zelensky se diz 'pronto' para realizar eleições na Ucrânia

Zelensky se diz 'pronto' para realizar eleições na Ucrânia


Zelensky se diz 'pronto' para realizar eleições na Ucrânia
Zelensky se diz 'pronto' para realizar eleições na Ucrânia / foto: © AFP

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou nesta terça-feira (9) que está "pronto" para realizar eleições em seu país, e que espera enviar aos Estados Unidos, na quarta-feira, uma proposta modificada para encerrar a guerra com a Rússia, que começou há quase quatro anos.

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O mandatário americano Donald Trump pressiona Kiev a aceitar um acordo proposto por Washington. Os aliados da Ucrânia criticaram o plano inicial por ser excessivamente favorável à Rússia e, desde então, ele foi alterado.

"Hoje estamos trabalhando e amanhã vamos continuar. Acho que vamos entregá-lo amanhã", respondeu Zelensky à pergunta de um jornalista sobre se a Ucrânia já havia enviado o plano atualizado aos Estados Unidos.

Em uma entrevista publicada nesta terça-feira pelo veículo americano Politico, Trump acusou Zelensky de não ter lido as propostas apresentadas por seu governo.

Também disse que Kiev estava "usando a guerra" para evitar convocar eleições. "Falam de democracia, mas chega um ponto em que não é mais uma democracia", disse o presidente americano.

A Ucrânia deveria ter organizado eleições em 2024, mas estas foram adiadas, já que a lei marcial vigora desde a invasão russa de fevereiro de 2022

"Estou pronto para as eleições", afirmou Zelensky aos jornalistas nesta terça, e detalhou que pediu "propostas sobre a possibilidade de modificar os fundamentos legislativos e a lei sobre eleições durante a lei marcial".

- Encontros com dirigentes europeus -

Zelensky viajou nos últimos dias para várias capitais europeias para elaborar uma resposta ao plano americano. Na segunda-feira, reuniu-se com dirigentes europeus em Londres e Bruxelas. Nesta terça, se encontrou com o papa Leão XIV e a primeira-ministra da Itália Giorgia Meloni.

O plano de Washington previa que a Ucrânia cedesse territórios não ocupados pela Rússia em troca de promessas na área de segurança, mas fechava a porta ao desejo de Kiev de adesão à Otan.

Tanto a Ucrânia quanto seus aliados consideraram que a primeira versão do plano de Washington era excessivamente favorável à Rússia. Inicialmente, o documento continha 28 pontos, mas ficou com 20 após as reuniões realizadas entre representantes da Ucrânia e dos Estados Unidos no último fim de semana, segundo Zelensky.

O mandatário ucraniano acredita que as negociações enfrentam dificuldades justamente nas questões territoriais e nas garantias de segurança.

"Consideramos ceder territórios? Não temos nenhum direito legal para fazê-lo, devido à legislação ucraniana, nossa Constituição e o direito internacional. E também não temos nenhum direito moral", declarou.

"O essencial é saber o que nossos parceiros estão dispostos a fazer caso aconteça uma nova agressão por parte da Rússia. Até o momento, não recebemos nenhuma resposta para esta questão", indicou.

- Trump critica Europa -

Desde que retornou ao poder em janeiro, Trump, que havia prometido acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas, adotou uma atitude variável em relação a Kiev, acusando Zelensky de não ser suficientemente grato aos Estados Unidos.

No entanto, também expressou sua frustração em relação ao mandatário russo Vladimir Putin, e recentemente impôs mais sanções às petrolíferas russas.

Ainda assim, o republicano considera que Moscou tem "vantagem" no conflito por ser "muito maior", declarou ao Politico.

Segundo Trump, "parte do problema" é que Zelensky e Putin "realmente se odeiam" e que, portanto, "acham muito difícil tentar chegar a um acordo".

Na entrevista, o presidente americano também criticou o papel da Europa. "Eles falam, mas não produzem", afirmou.

 

A Itália forneceu armas à Ucrânia, mas descartou enviar tropas ao país, como proposto por Reino Unido e França.

A autorização para que Roma ajude militarmente Kiev expira em 31 de dezembro, mas, na semana passada, o governo italiano adiou a decisão sobre se este prazo será prorrogado ou não. Segundo a imprensa, Salvini teria questionado se é necessário fazê-lo, considerando os diálogos de paz.

(V.Korablyov--DTZ)