Deutsche Tageszeitung - Peter Doherty: 'injetar heroína se tornou uma operação militar'

Peter Doherty: 'injetar heroína se tornou uma operação militar'


Peter Doherty: 'injetar heroína se tornou uma operação militar'
Peter Doherty: 'injetar heroína se tornou uma operação militar' / foto: © AFP/Arquivos

O britânico Peter Doherty pensa em seus dias de dependência química com certo alívio, agora que está sóbrio e casado com a mulher que passou quase uma década filmando seus momentos mais sombrios.

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O cantor e guitarrista britânico do grupo The Libertines, agora com 44 anos, era quase tão famoso pelo seu vício em heroína como por sua música no início dos anos 2000.

A banda do Reino Unido está de volta com o álbum "All Quiet on the Eastern Esplanade", que será lançado em 5 de abril, seu terceiro disco de estúdio em 22 anos, desde a estreia de muito sucesso "Up the Bracket" em 2002.

Além do novo trabalho da banda, Doherty protagoniza um documentário filmado por sua esposa, a francesa Katia de Vidas, "Stranger In My Own Skin", um olhar cru sobre seus anos de consumo de drogas.

As 200 horas de filmagens foram reduzidas a 90 minutos nesta produção que terá sua estreia na França.

O casal se conheceu quando Katia ainda era estudante de cinema e foi escalada pela revista musical francesa Les Inrocks para seguir o músico. Anos depois, acabaram se casando.

Sombrio em alguns momentos e cômico em outros, o documentário retrata momentos como quando o músico lutava para encontrar uma veia para injetar heroína. "Depois de sete ou oito anos de injeções, pode ser muito difícil. Já não era um alívio, era uma operação militar para encontrar uma veia! Foi realmente muito triste, trágico, mas também um momento de celebração quando encontrei (a veia)", recorda.

- O melhor e o pior -

O filme mostra o sucesso explosivo do The Libertines e da outra banda de Doherty, Babyshambles. Mas o foco está claramente nas drogas.

"Fala sobre criatividade, uma infância rigorosa, o peso do sucesso, mas, sim, inevitavelmente, do vício, para que mais pessoas o vejam", disse de Vidas. "Se você mostra o melhor, tem que mostrar o pior", acrescentou.

O músico britânico se recuperou da dependência química em um centro de reabilitação na Tailândia.

"Eu deveria promover o centro deles, então eles estavam me observando com atenção", disse ele. "Houve um tempo em que consegui fugir para Bangcoc, mas disseram que eu tinha que parar", contou.

O casal fundou sua própria banda, Peter Doherty and The Putas Madres. Além disso, estão escrevendo uma comédia de ficção ambientada na Normandia, onde moram, e Katia de Vidas afirma estar orgulhosa de ver o documentário finalmente sendo exibido em seu país natal.

"Eu disse a ela que íamos colocar no YouTube, mas ela queria conseguir algum dinheiro com ele. Disse no início que me daria 12 mil euros (R$ 64 mil na cotação atual) em uma bolsa de papel. Ainda estou esperando por eles!", brincou o rockeiro.

(V.Sørensen--DTZ)