Deutsche Tageszeitung - Ataque russo em larga escala contra Kiev deixa 15 mortos

Ataque russo em larga escala contra Kiev deixa 15 mortos


Ataque russo em larga escala contra Kiev deixa 15 mortos
Ataque russo em larga escala contra Kiev deixa 15 mortos / foto: © AFP

Pelo menos 15 pessoas, incluindo quatro crianças, morreram em Kiev em um dos maiores ataques aéreos russos contra a Ucrânia desde o início da guerra, informaram nesta quinta-feira (28) as autoridades locais e o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que acusou Moscou de preferir "continuar matando", ao invés de negociar a paz.

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O ataque atingiu áreas centrais da capital e provocou danos significativos na representação da União Europeia (UE) e no escritório do British Council.

Os esforços diplomáticos foram acelerados recentemente com o estímulo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas não produziram resultados concretos, e a Rússia intensificou os bombardeios contra a Ucrânia.

Na manhã desta quinta-feira, as equipes de emergência e vários moradores lutavam para retirar os escombros do centro de Kiev após os ataques.

Uma bomba deixou uma cratera em um prédio residencial de cinco andares que ficou partido em dois. Os socorristas retiraram dos escombros um corpo coberto de poeira e vestido com pijama, que foi colocado em um saco plástico preto.

As autoridades acreditam que várias pessoas continuam presas sob o prédio que desabou. "Os vidros voavam (...) Gritamos quando as bombas explodiram", disse Galina Shcherbak, que estava em um estacionamento próximo.

Correspondentes da AFP ouviram explosões potentes. Também viram um míssil abatido e ouviram os drones sobrevoando a cidade, enquanto os moradores corriam para os abrigos subterrâneos e estações de metrô em busca de proteção, alguns deles com seus animais de estimação.

Uma escola e um shopping também foram atingidos.

O Exército ucraniano informou que a Rússia utilizou 598 drones e 31 mísseis, incluindo dois supersônicos Kinzhal, no segundo maior ataque aéreo contra o país desde o início da invasão em fevereiro de 2022.

- "Massacre deliberado de civis" -

Zelensky chamou o ataque de um "massacre horrível e deliberado de civis".

"A Rússia não tem nenhum interesse na diplomacia. Prefere continuar matando a encerrar a guerra", acrescentou.

"Pela rejeição do cessar-fogo e pelas tentativas constantes da Rússia de evitar as negociações, são necessárias novas sanções severas", acrescentou Zelensky, que citou em particular os aliados da Rússia, como China e Hungria.

"Já foram violados todos os prazos e dezenas de oportunidades para a diplomacia foram desperdiçadas. A Rússia deve ser responsabilizada por cada ataque, por cada dia desta guerra", insistiu.

O Kremlin, que afirmou ter atacado alvos militares, insistiu que "continua interessado" na diplomacia, mas que os bombardeios contra a Ucrânia prosseguirão.

"As Forças Armadas russas estão cumprindo sua missão. Continuam atacando alvos militares e paramilitares", declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov. "Ao mesmo tempo, a Rússia continua interessada em prosseguir o processo de negociação para alcançar seus objetivos por meios políticos e diplomáticos", acrescentou.

O ataque contra Kiev ocorre após três anos e meio da invasão russa e com as negociações de paz bloqueadas, apesar da pressão americana.

O edifício da missão da União Europeia em Kiev foi atingido durante os ataques, afirmou o presidente do Conselho Europeu, António Costa, que destacou que o bloco "não se deixará intimidar" pela Rússia. A UE convocou o embaixador russo.

O escritório do British Council na capital ucraniana também foi "gravemente danificado" no bombardeio, informou a instituição em sua página no Facebook.

Os governos da França e do Reino Unido condenaram o novo ataque russo.

"Putin está matando crianças e civis, e sabotando as esperanças de paz. Este banho de sangue deve terminar", escreveu o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

"629 mísseis e drones em uma noite contra a Ucrânia. Está aí a vontade de paz da Rússia. Terror e barbárie", afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron.

(V.Sørensen--DTZ)

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