Deutsche Tageszeitung - Israel elogia plano de Trump para Gaza apoiado pela ONU

Israel elogia plano de Trump para Gaza apoiado pela ONU


Israel elogia plano de Trump para Gaza apoiado pela ONU
Israel elogia plano de Trump para Gaza apoiado pela ONU / foto: © AFP

Israel elogiou nesta terça-feira (18) o plano de paz para Gaza de Donald Trump, aprovado na véspera pelo Conselho de Segurança da ONU e que contempla o envio de uma força internacional ao território palestino.

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O Conselho de Segurança da ONU votou na segunda-feira (17) a favor de uma resolução americana que reforça o plano do presidente Trump para a Faixa de Gaza, que permitiu um frágil cessar-fogo entre Israel e o Hamas a partir de 10 de outubro.

O Hamas afirmou após a votação que o plano não atende "às exigências e direitos políticos e humanitários" dos palestinos.

O plano autoriza a criação de uma força internacional que trabalharia com Israel e Egito, além de policiais palestinos recém-treinados, para garantir a segurança das áreas fronteiriças e desmilitarizar Gaza.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou nesta terça-feira o plano de Trump, ao afirmar que conduzirá à "paz e prosperidade porque insiste na desmilitarização total, no desarmamento e na desradicalização de Gaza".

A resolução teve 13 votos a favor, o que Washington qualificou como histórico e construtivo. China e Rússia se abstiveram, mas não vetaram a resolução.

A União Europeia (UE) qualificou a votação como "um passo importante", que "abre o caminho para a recuperação rápida, a reconstrução e a reforma institucional em Gaza", segundo o porta-voz da Comissão das Relações Exteriores do bloco, Anouar el Anouni.

Alguns moradores de Gaza receberam com entusiasmo a votação, mas expressaram ceticismo sobre o cumprimento do acordo por parte de Israel.

"O importante é que a guerra termine", afirmou Saeb Al Hassanat, 39 anos, que vive em uma escola que abriga pessoas deslocadas no centro de Gaza.

"Não importa quem nos governe. Damos as boas-vindas a uma administração internacional de Gaza", declarou à AFP, antes de acrescentar que "sem uma forte pressão por parte dos Estados Unidos, Israel não cumprirá nenhuma decisão".

O movimento islamista Hamas, que, segundo a resolução, está excluído de qualquer função de governo em Gaza, criticou a criação de uma força internacional cuja "missão inclui o desarmamento" dos grupos palestinos em Gaza.

"A resolução impõe um mecanismo de tutela internacional à Faixa de Gaza, o que nosso povo, suas forças e seus componentes rejeitam", advertiu em um comunicado.

- "Direito à autodeterminação" -

O território palestino ficou praticamente reduzido a escombros após dois anos de guerra, desencadeada pelo ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.

O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, com sede na Cisjordânia ocupada, recebeu com satisfação a votação de segunda-feira em Nova York.

A votação reafirma "o direito (do povo palestino) à autodeterminação e ao estabelecimento de seu Estado independente", assim como o fluxo sem obstáculos de ajuda para Gaza, declarou a instituição.

A resolução menciona, em uma linguagem complicada, um possível futuro Estado Palestino, algo que Israel rejeita de forma veemente.

Também autoriza a formação de uma "Junta da Paz", um corpo de governo transitório para Gaza - que, em teoria, seria presidido por Trump - com um mandato até o final de 2027.

A resolução pede ainda a retomada das entregas de ajuda humanitária em larga escala por meio da ONU, da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

A maior parte da população de Gaza, de mais de dois milhões de pessoas, foi deslocada pelo menos uma vez durante a guerra, o que provocou condições humanitárias catastróficas.

"Precisamos de roupas, comida e água. Estamos morrendo e sofrendo a cada dia e a cada hora", declarou no domingo à AFP Mohammed Lotfi, um palestino deslocado na Cidade de Gaza.

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(O.Tatarinov--DTZ)